Fevereiro 2022

Meditação para sacerdotes

 

A tarefa do Sacerdote é combater o mal e salvar as almas (Beato Paolo Manna)

Identidade e missão do sacerdotale: a luta contra o mal

Do Evangelho segundo São João

«Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde estavam os discípulos, por medo dos judeus, veio Jesus e, de pé, no meio, disse-lhes: “A paz esteja convosco!”. Tendo dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos alegraram-se ao verem o Senhor. Disse-lhes Jesus de novo: “A paz esteja convosco! Tal como o Pai me enviou, também Eu vos envio”. Tendo dito isto, soprou e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, serão retidos”» (Jo 20,19-23)

Do Magistério da Igreja

«Os ministros da graça sacramental unem-se a Cristo Salvador e pastor pela frutuosa recepção dos sacramentos, especialmente pela frequente recepção do sacramento da penitência, que preparado pelo quotidiano exame de consciência, muito favorece a necessária conversão do coração ao amor do pai das misericórdias». (Conc. Vat. ii, Decreto sobre o ministério e a vida dos sacerdotes, Presbyterorum Ordinis, 18)

«Suscitar no coração do homem a conversão e a penitência e proporcionar-lhe o dom da reconciliação é a missão conatural da Igreja, como continuadora da obra redentora do seu divino Fundador». (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Reconciliatio et Paenitentia, 23)

«Ora este poder de perdoar os pecados Jesus confere-o, mediante o Espírito Santo, a simples homens, sujeitos também eles próprios à insídia do pecado, isto é, aos seus Apóstolos: “Recebei o Espírito Santo: a quem perdoardes os pecados ficar-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes ficar-lhes-ão retidos” (Jo 20,22; Mt 18,18). [...] Aqui aparece em toda a sua grandeza a figura do ministro do Sacramento da Penitência, chamado, por antiquíssimo costume, o confessor.

Como no altar onde celebra a Eucaristia e como em cada um dos Sacramentos, o Sacerdote, ministro da Penitência, age “in persona Christi”. O mesmo Cristo, por ele tornado presente e que por meio dele actua o mistério da remissão dos pecados, é Aquele que aparece como irmão do homem. [...]

Trata-se, sem dúvida, do ministério mais difícil e delicado, do mais cansativo e exigente; mas também de um dos mais belos e consoladores ministérios do Sacerdote». (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Reconciliatio et Paenitentia, 29)

«Mas acrescento também que, até para ser bom e eficaz ministro da Penitência, o Sacerdote precisa de recorrer à fonte da graça e santidade presente neste Sacramento. Nós Sacerdotes, com base na nossa experiência pessoal, bem podemos dizer que, na medida em que procuramos recorrer ao Sacramento da Penitência e nos aproximamos dele com frequência e com boas disposições, desempenhamos melhor o nosso próprio ministério de confessores e melhor asseguramos aos penitentes o seu benefício. De outro modo, este ministério perderia muito da sua eficácia, se de alguma maneira deixássemos de ser bons penitentes. Tal é a lógica interna deste grande Sacramento. Ele convida-nos, a todos nós Sacerdotes de Cristo, a uma renovada atenção à nossa confissão pessoal». (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Reconciliatio et Paenitentia, 31)

Dos escritos do Beato Paolo Manna

«O Sacerdote nasceu para fazer guerra ao pecado e guiar o povo cristão nesta guerra.

1) Batiza? Ele o faz para libertar a alma do pecado original.

2) Prepara as crianças para a Sagrada Comunhão? Ele quer que elas se tornem soldados valorosos contra o pecado.

3) Confessa? Para quebrar os laços do pecado.

4) Prega, administra os outros sacramentos? Tudo para destruir o pecado do mundo». (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 97)

«O que dizer se vocês mesmos tiverem que estabelecer o reino do pecado em vossos corações? Se Judite, em vez de cortar a cabeça a Holofernes, se deixasse levar por um afeto indigno por ele, que vergonha para ela, que arruína para o povo, mas não é nada comparado ao opróbrio de que o sacerdote se cobre com o pecado e a ruína que causa às almas». (P. Manna, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 97)

«O pecado do Sacerdote é sempre um pecado social, reflete-se no povo: os bons se escandalizam com ele, os maus triunfam sobre ele». (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 97)

«Quantos escândalos, quanta lepra de impureza, quantas injustiças e opressões. Quantas blasfêmias e impiedades... [...] Seriam necessários anjos do céu, apóstolos ardentes de zelo para quebrar tantas cadeias, iluminar tantas trevas, mover tantos corações. E aqui estamos nós, apenas nós. Devemos ser esses anjos, esses apóstolos, porque somos sacerdotes. Nós, os salvadores dessas almas, e ninguém menos que nós... e ai de nós se pensássemos que não tínhamos nenhum dever para com as almas... se tivéssemos que permanecer indiferentes espectadores de sua ruína!» (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 66)

«[Jesus] veio para destruir o pecado. […] Aqui está indicado o fim, a finalidade, a missão do sacerdote: lutar contra o pecado e salvar as almas». (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, pp. 135-136)

«Mas o que dizer dos Sacerdotes que vivem na mesma escuridão, em uma cegueira tão fatal? É assustador pensar assim. Enquanto é o paciente que não conhece sua doença... há esperança de cura; mas se ele não sabe e nem mesmo o médico que tem que tratá-lo, o caso é desesperador». (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 137)

«Se aquele Sacerdote tivesse sido mais assíduo no confessionário, tivesse tido mais paciência e caridade... quantos pecados a menos! ... Para certos Sacerdotes os homens incomodam... as almas o compreendem, fazem-se ver mais raramente e triunfa o pecado». (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 138)

Perguntas para reflexão

  • «Sirvo a Deus honestamente? Como ando no caminho do espírito e da minha saúde eterna?» (P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, p. 98)
  • Se eu morresse hoje, o Senhor me acharia pronto para estar diante dele? (Veja P. MANNA, Chiamati alla santità, Nápoles 1977, pp. 98-99)
  • Como me preparo para receber e administrar o sacramento da reconciliação?

ORAÇÃO

Da oração de Paulo VI pronunciada em francês em 4 de janeiro de 1964 no Santo Sepulcro:

Eis nos aqui, oh Senhor Jesus:Viemos como os culpados voltam ao lugar de seu crime; Viemos como aquele que Te seguiu, mas que também Te traiu; fiéis, infiéis, temos sido muitas vezes; Viemos para confessar a misteriosa relação entre nossos pecados e a Tua Paixão: nossa obra, Tua obra; Viemos para bater no peito, para pedir perdão, para implorar a tua misericórdia; porque sabemos que podes e queres nos perdoar. Porque expiaste conosco. Tu és a nossa redenção, Tu és nossa esperança.

Senhor Jesus, nosso Redentor, reaviva em nós o desejo e a confiança no teu perdão, fortalece o nosso desejo de conversão e fidelidade, faz-nos provar a certeza e também a doçura da tua misericórdia.

Senhor Jesus, nosso redentor e mestre, dá-nos a força para perdoar os outros, para que também nós possamos ser verdadeiramente perdoados por ti.

Senhor Jesus, nosso Redentor e Pastor, coloca em nós a capacidade de amar como queres, seguindo o teu exemplo e com a tua graça, seremos todos irmãos em Ti. [...]

Amém.

consagrados

 

A desobediência é a negação absoluta do missionário, ao contrário, a obediência é sua bandeira (Beato Paolo Manna)

A dimensão missionária da obediência na vida consagrada

Do Evangelho segundo São Mateus

«Ainda Ele falava às multidões, eis que a sua mãe e os seus irmãos estavam fora, procurando falar com Ele. Disse-lhe então alguém: “Eis que a tua mãe e os teus irmãos estão lá fora a procurar falar contigo”. Ele, porém, em resposta, disse a quem lhe falava: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?”. E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: “Eis a minha mãe e os meus irmãos! Pois aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe”». (Mt 12,46-50)

«“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos; indo ter com o primeiro, disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Ele, em resposta, disse: ‘Não quero’; mas depois arrependeu-se e foi. Indo ter com o outro, disse o mesmo. Ele, em resposta, disse: ‘Eu vou, senhor’; mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?”. Disseram: “O primeiro”. Disse-lhes Jesus: “Amen vos digo: os publicanos e as prostitutas irão para o reino de Deus à vossa frente”». (Mt 21, 28-31)

Do Magistério da Igreja

«Pela profissão da obediência, os religiosos oferecem a plena oblação da própria vontade como sacrifício de si mesmos a Deus, e por ele se unem mais constante e seguramente à vontade divina salvífica». (Conc. Vat.ii, Decreto sobre a conveniente renovação da vida religiosa, PerfectaeCaritatis, 14)

«A obediência, praticada à imitação de Cristo cujo alimento era fazer a vontade do Pai (cf. Jo 4,34), manifesta a graça libertadora de uma dependência filial e não servil, rica de sentido de responsabilidade e animada pela confiança recíproca, que é reflexo, na história, da amorosa correspondência das três Pessoas divinas». (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, VitaConsecrata, n. 21)

«Na realidade, a cultura da liberdade é um valor autêntico, ligado intimamente ao respeito da pessoa humana. Mas quem não vê as consequências monstruosas de injustiça e mesmo de violência, geradas na vida dos indivíduos e dos povos pelo uso deturpado da liberdade? Uma resposta eficaz a tal situação é a obediência que caracteriza a vida consagrada. Esta apresenta de modo particularmente vivo a obediência de Cristo ao Pai e, partindo exactamente do seu mistério, testemunha que não há contradição entre obediência e liberdade». (João Paulo II, Exortação Apostólica Pós-Sinodal, VitaConsecrata, n. 91)

«Procurar a vontade de Deus significa procurar uma vontade amiga, benévola, que quer a nossa realização, que deseja, sobretudo, a resposta livre do amor ao Seu amor, para fazer de nós instrumentos do amor divino. Nesta via amoris é que desabrocha a flor da escuta e da obediência». (Congregação para os Institutos De Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Instrução, O serviço da autoridade e a obediência, n. 4)

«A obediência é, antes de tudo, uma atitude filial. É aquele tipo particular de escuta que só mesmo o filho pode prestar ao pai, por está iluminado pela certeza de que o pai só pode ter coisas boas a dizer e a dar ao filho; uma escuta embebida naquela confiança que permite ao filho acolher a vontade do pai, certo de que esta será para o bem». (Congregação para os Institutos De Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Instrução, O serviço da autoridade e a obediência, n. 5)

«A obediência própria da pessoa que crê, é, pois, a adesão à Palavra com a qual Deus se revela e se comunica a si mesmo e, através da qual, renova a cada dia a sua aliança de amor». (Congregação para os Institutos De Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Instrução, O serviço da autoridade e a obediência, n. 7)

«As pessoas consagradas, além disso, são chamadas ao seguimento de Cristo obediente num “projeto evangélico” ou carismático, suscitado pelo Espírito e autenticado pela Igreja. Ao aprovar um projeto carismático, isto é, um Instituto religioso, a Igreja garante que as inspirações que o animam e as normas que o regem podem dar lugar a um itinerário de busca de Deus e de santidade. Até mesmo a Regra e outras indicações de vida tornam-se, pois, mediações da vontade do Senhor: mediação humana, porém sempre autorizada, imperfeita mas vinculante ao mesmo tempo, ponto a partir do qual começar a cada dia, e também perspectiva a superar, num impulso generoso e criativo em direção àquela santidade que Deus “quer” para cada consagrado. Neste caminho, a autoridade é investida da tarefa pastoral de guiar e de decidir». (Congregação para os Institutos De Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Instrução, O serviço da autoridade e a obediência, n. 9)

Dos escritos do Beato Paolo Manna

«Professam submissão e obediência, mas não se contentam com o lugar, no ofício de seu próprio gosto, [...]. As várias peças de um carro escolhem seu lugar por si mesmas? Claro que não, mas cada uma é colocada onde é necessário para o funcionamento de todo o organismo: é óbvio, mas nem sempre é entendido dessa maneira…». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 85)

«Procuremos, portanto, trabalhar de forma compacta e de acordo no lugar que a obediência nos designou. [...] Se não tivermos um espírito de corpo, se cada um quiser fazer do seu jeito, se não seremos obedientissimos às ordens dos nossos “capitães”..., ficaremos fracos e traremos derrotas em vez de vitórias». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 87)

«Esta virtude [obediência] é a pedra angular sobre a qual nosso trabalho deve se mover». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 152)

«A virtude pela qual nós missionários devemos ter um verdadeiro culto, na qual devemos nos distinguir particularmente, é a virtude da obediência». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 153)

«A desobediência é a negação absoluta do missionário, assim como a obediência é sua principal característica, seu programa, sua bandeira». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 153)

«O missionário que desobedece, que critica as ordens dos superiores, mesmo que não perceba, mesmo que não pense nisso, com sua desobediência, com a sua crítica, deixa de ser missionário de Jesus e ele se põe do lado dos que lhe resistem». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 153)

«Se queremos ser bons missionários, devemos nos habituar com assíduo estudo de obediência a fazer da vontade de Deus a regra e do modelo da nossa. A Vontade de Deus é o princípio e a razão de todo bem: Fora da Vontade de Deus há o mal, o pecado e a perdição». (P. Manna, Virtù Apostoliche, Milão 1944, p. 155)

«Quem obedece aos superiores obedece a Deus. Na escolha da missão ou do trabalho, não preferir os próprios gostos, mas aceitar as decisões dos superiores. Quem faz a vontade de Deus não erra nunca. Os superiores não são infalíveis no mandar, mas os súditos são infalíveis no obedecer». (P. Manna, Esci dalla tua terra…, Nápoles 1977, p. 35)

Perguntas para reflexão

  • Em que medida a minha obediência é obediência consciente a Deus e não apenas o cumprimento das ordens dos meus superiores “porque assim é mais fácil”?
  • Posso falar honestamente e abertamente com meus superiores e ao mesmo tempo aceitar suas decisões finais com confiança em Deus?
  • Até que ponto realizo cada ministério com total comprometimento, independentemente de minhas preferências pessoais?

PRECEA MARIA

Ó doce e santa Virgem Maria, ao anúncio do anjo, com a vossa obediência crente e interrogante, vós nos destes o Cristo. Em Caná, mostrastes, com o vosso coração atento, como agir responsavelmente. Não esperastes passivamente pela intervenção do vosso Filho, mas a preparastes, tornando-o consciente das necessidades e tomando, com discreta autoridade, a iniciativa de enviar os servos a Ele.

Ao pé da cruz, a obediência fez de vós a Mãe da Igreja e de todos os que crêem, ao passo que, no Cenáculo, cada discípulo reconheceu em vós a doce autoridade do amor e do serviço.

Ajudai-nos a compreender que toda verdadeira autoridade na Igreja e na vida consagrada tem seu fundamento em ser dócil à vontade de Deus e que cada um de nós se torna, de fato, autoridade para os outros com a própria vida, vivida em obediência a Deus.

Ó Mãe clemente e piedosa, «Tu que fizeste a vontade do Pai, pronta na obediência»,torna a nossa vida atenta à Palavra, fiel na sequela de Jesus Senhor e Servo na luz e com a força do Espírito Santo, alegre na comunhão fraterna, generosa na missão, solícita no serviço aos pobres, protegida em direção ao dia em que a obediência da fé desaguar na festa do Amor sem fim.

Amém. (Congregação para os Institutos De Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Instrução, O serviço da autoridade e a obediência, n. 31)

 

leigos

 

O catequista é um verdadeiro missionário, é mestre e guardião da fé (Beato Paolo Manna)

O serviço missionário dos catequistas

Da segunda carta de São Paulo a Timóteo

«Rogo a você diante de Deus e de Jesus Cristo, que há de vir para julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e por seu Reino: proclame a Palavra, insista no tempo oportuno e inoportuno, advertindo, reprovando e aconselhando com toda paciência e doutrina. Pois vai chegar o tempo em que não se suportará mais a doutrina; pelo contrário, com a comichão de ouvir alguma coisa, os homens se rodearão de mestres a seu bel-prazer. Desviarão seus ouvidos da verdade e os orientarão para as fábulas. Quanto a você, seja sóbrio em tudo, suporte o sofrimento, faça o trabalho de um anunciador do Evangelho, realize plenamente o seu ministério». (2Tm 4,1-5)

Do Magistério da Igreja

«Incumbe, portanto, a todos os leigos a magnífica tarefa de trabalhar para que o desígnio de salvação atinja cada vez mais os homens de todos os tempos e lugares. Esteja-lhes, pois, amplamente aberto o caminho, a fim de que, segundo as próprias forças e as necessidades dos tempos, também eles participem com ardor na acção salvadora da Igreja». (Conc. Vat.II, Constituição dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium, 33)

«Os nossos tempos, porém, não exigem um menor zelo dos leigos; mais ainda, as condições actuais exigem deles absolutamente um apostolado cada vez mais intenso e mais universal. Com efeito, o aumento crescente da população, o progresso da ciência e da técnica, as relações mais estreitas entre os homens, não só dilataram imenso os campos do apostolado dos leigos, em grande parte acessíveis só a eles, mas também suscitaram novos problemas que reclamam a sua atenção interessada e o seu esforço». (Conc. Vat.II, Decreto sobre o apostolado dos leigos, ApostolicamActuositatem, 1)

«O verdadeiro apóstolo busca ocasiões de anunciar Cristo por palavra, quer aos não crentes para os levar à fé, quer aos fiéis, para os instruir, confirmar e animar a uma vida fervorosa; «com efeito, o amor de Cristo estimula-nos» (2 Cor. 5, 14); e devem encontrar eco no coração de todos aquelas palavras do Apóstolo: «ai de mim, se não prego o Evangelho» (1 Cor. 9,16)». (Conc. Vat.II, Decreto sobre o apostolado dos leigos, ApostolicamActuositatem, 6)

«Como membros de Cristo vivo e a Ele incorporados e configurados não só pelo Baptismo mas também pela Confirmação e pela Eucaristia, todos os fiéis estão obrigados, por dever, a colaborar no crescimento e na expansão do Seu corpo para o levar a atingir, quanto antes, a sua plenitude. Por isso, todos os filhos da Igreja tenham consciência viva das suas responsabilidades para com o mundo, fomentem em si um espírito verdadeiramente católico, e ponham as suas forças ao serviço da obra da evangelização». (Conc. Vat.II, Decreto sobre a atividade missionária da Igreja, Ad Gentes, 36)

«A catequese ainda intimamente ligada a toda a vida da Igreja. Não é só a extensão geográfica e o aumento numérico, mas sobretudo o crescimento interior da Igreja, a sua correspondência ao desígnio de Deus, que dependem da catequese». (João Paulo II, Exortação Apostólica, CatechesiTradendae, n. 13)

«Antes de mais nada convém recordar que entre a catequese e a evangelização não existe separação nem oposição, como também não há identificação pura e simples, mas existem sim relações íntimas de integração e de complementaridade recíproca». (João Paulo II, Exortação Apostólica, CatechesiTradendae, n. 18)

«Podemos dizer da catequese, como da evangelização em geral, que ela é chamada a levar a força do Evangelho ao coração da cultura e das culturas. Para isso, a catequese tem de procurar conhecer essas culturas e suas componentes essenciais; apreender as suas expressões mais significativas; saber também respeitar os seus valores e riquezas próprias. É deste modo que poderá propor a essas culturas o conhecimento do mistério escondido e ajudá-las a fazer surgir da sua própria tradição viva expressões originais de vida, de celebração e de pensamento cristãos». (João Paulo II, Exortação Apostólica, CatechesiTradendae, n. 53)

Dos escritos do Beato Paolo Manna

«Como todo capitão precisa de oficiais subalternos, assim o missionário precisa de catequistas. Na sua condição, o catequista é um verdadeiro missionário. Ele é um explorador, um sentinela, um mestre, um guardião: ele abre o caminho, sinaliza oportunidades, perigos, prepara as conquistas da fé». (P. Manna, La conversione del mondo infedele, Milão 1920, p. 177)

«Quanto bem fizeram e fazem os catequistas! Muitas crianças sem eles não teriam fechado as portas do Céu. Muitos cristãos sem eles teriam sido derrotados pelos primeiros erros... Eis a preciosa ajuda que os catequistas darão à obra missionária!» (P. Manna, La conversionedel mondo infedele, Milão 1920, p. 178)

«Hoje não se trata apenas de trabalhar para difundir a fé nas aldeias, mas sobretudo de não deixar morrer a fé nas aldeias já convertidas. Quando faltam catequistas, os vilarejos sofrem imensamente e sofrem grandes perdas. Os novos convertidos são fracos na fé e precisam de presença constante, educação, apoio e orientação prática em sua nova vida cristã. Os sacerdotes missionários, ainda que animados por um extraordinário espírito apostólico, não podem estar em toda parte. São muito poucos para satisfazer todas as necessidades apostólicas. É por isso que há uma grande necessidade de catequistas». (P. Manna, “Le Missioni Cattoliche”, 28 settembre 1915, s. 369)

«Para as aldeias recém-convertidas, ainda imersas no paganismo de ontem, a presença de um catequista é tão necessária quanto o leite materno e sua presença é necessária para uma criança. A presença de catequistas equivale a manter a fé nas missões». (P. Manna, “Le Missioni Cattoliche”, 28 settembre 1915, s. 369)

«O Santo padroeiro dos catequistas é São José. Ele mesmo não era sacerdote, mas cuidou de Jesus, o sumo sacerdote, e tinha uma relação muito próxima com ele». (P. Manna, Scritti 67, p. 333)

Perguntas para reflexão

  • Em que medida me sinto um missionário quando sirvo como catequista, no ensino de religião ou pai que transmite a fé aos seus filhos? Estou ciente de que esta é também uma atividade missionária?
  • Prego a doutrina do Evangelho com meu comportamento, meu testemunho de vida e, quando necessário, com a palavra “em todo lugar e tempo”?
  • Como apoio ossacerdotes e as pessoas consagradas em seu ministério e apostolado?

ORAÇÃO

Criador Inefável! […]

Vós, que tornais eloquente a língua das criancinhas, modelai a minha palavra e derramai nos meus lábios a graça de vossa bênção.Dai-me a penetração da inteligência, a faculdade de lembrar-me, o método e a facilidade do estudo,a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão.

Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.

(A oração do estudante, por São Tomás de Aquino)